[Carreira] Você foge de conflitos?

Você foge de conflitos? Ou costuma estar no meio deles? Neste post, explico como lidar com essas situações de forma profissional.



*Este post é reprodução da Newsletter Carreiras de Folha de S. Paulo*


O trabalho muitas vezes é um ambiente propício para o surgimento de conflitos. Como, então, saber gerenciá-los?


Antes... Há dois tipos diferentes de conflitos, explicam os especialistas, e apenas um deles é ruim. 


O que é saudável: o embate de ideias. Geralmente acontece durante a execução de um projeto ou em um brainstorming, por exemplo, quando duas pessoas defendem pontos de vista diferentes, às vezes opostos. 

  • "Discordar ou fazer outra pessoa repensar é algo positivo. Pode ajudar o negócio a crescer", pontua Ana Paula Prado, CEO do Infojobs e porta-voz do Pandapé.

O que é inadequado: 
quando os atritos extrapolam o profissional e afetam os colaboradores em um nível pessoal. Isso costuma tornar o ambiente menos saudável, pois normalmente as discussões contam com linguagem inadequada e postura agressiva.


Para evitar conflitos, é preciso saber de onde eles vêm. Entenda as principais causas:


1. Má gestão de expectativas. É a falta de alinhamento sobre o que as lideranças esperam dos colaboradores, diz Kari Silveira, co-fundadora da Impulso. "É a gestão mal feita de combinados. São pequenos atritos, alguns vão se acumulando no dia a dia, outros afloram e explodem", explica.


2. Comunicação. Olha ela aí, sempre presente. Conflitos podem surgir quando a comunicação é uma via de mão única, sem espaço para as pessoas discutirem ou serem ouvidas, de acordo com Adriana Gattermayr, coach executiva e especialista em liderança.


↳ Adotar linguagem inadequada no ambiente de trabalho, como palavrões ou postura agressiva, também é um problema.


"Vai desde a pessoa que sempre chega atrasada nas reuniões, a que nunca entrega no prazo, aquela que fala demais na reunião e não deixa ninguém falar, ou a que sempre está com uma ideia completamente contrária à de todo o mundo, mas não explica o porquê", exemplifica Silveira.

  • Esses pequenos descombinados ou divergências não explicadas podem crescer até virar um conflito, conclui.

Então, o que fazer em caso de desentendimentos no trabalho?



Tente-se distanciar. No calor do momento, tudo se potencializa, diz Gattermayr. De acordo com ela, acalmar os ânimos, refletir sobre o que aconteceu e levar sua mente para um lugar mais tranquilo pode te dar o discernimento necessário para encontrar caminhos de resolver a situação. 


Comunicação clara. Se ela é a causa do problema, é também a solução. "Ao expressar suas preocupações, seja claro e objetivo, evitando linguagem acusatória. Mostre empatia ao ouvir o ponto de vista do colega e demonstre que você valoriza suas opiniões", indica Ana Paula Prado, do Infojobs.

  • Você não precisa omitir nada. Não é errado estar bravo ou frustrado, comenta Gattermayr. Você pode comunicar que está chateado com uma situação no trabalho, mas deve fazer isso com a postura e voz calmas. 

Identifique a raiz do problema. 
Muitas vezes, os desentendimentos têm raízes mais profundas relacionadas a expectativas não atendidas, falta de comunicação ou diferenças de estilo de trabalho, diz Prado. "Ao identificar a raiz, você estará mais apto a encontrar soluções duradouras."


Envolva um terceiro, se preciso. O melhor é sempre tentar resolver o conflito entre as pessoas que participaram dele, argumenta a CEO. Caso não seja possível, a presença de um mediador neutro —um chefe ou o RH— pode ajudar a encontrar uma solução.


Estabeleça acordos e compromissos. Superado o problema, formalize as soluções por escrito, indica Prado. "Isso ajuda a criar responsabilidade e fornece um documento de referência para futuras discussões", explica.


↳ Alô, liderança. Gestores têm papel crucial nessa história toda. As empresas precisam refletir sobre os comportamentos dos colaboradores e trabalhar para criar um ambiente menos propício ao conflito. Se os conflitos são muito frequentes, o problema pode estar na cultura organizacional.



*Texto por:
GABRIELA BONIN
Jornalista pela USP (Universidade de São Paulo), trabalha na editoria de Newsletter do Jornal Folha de S. Paulo.





  • NOTA: este artigo foi compartilhado como forma de ajudar e alcançar mais pessoas. Não possuímos vínculos com o jornal citado.


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